quinta-feira, 24 de maio de 2007

O etanol da discórdia

A briga entre produtores de cana-de-açúcar e os trabalhadores cortadores parece está longe do fim. A polêmica foi apimentada pelo ex ministro da agricultura e agora coordenador do Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Roberto Rodrigues disse que é imprescindível a modernização do cultivo para a produção de etanol. Ainda de acordo com Rodrigues, para manter a competitividade neste mercado, a tecnologia no campo tem que prevalecer à mão-de-obra dos cortadores.

A afirmativa não demorou a encontrar resposta, e veio do presidente do Sindicato dos Empregados Rurais de São Paulo, José Wilson Rodrigues da Silva. Ele rebateu dizendo que se isso fosse realmente possível, só em São Paulo. seria um exército de um milhão de desempregados. “Sinceramente não acredito que os canavieiros terão coragem de fazer isso. Na verdade o senhor Roberto Rodrigues só está defendendo seus próprios interesses, já que ele é um grande plantador de cana-de-açúcar” disse José Wilson, que afirmou ainda que a terra tem uma função social garantida pela Constituição brasileira.

Uma série de denúncia vem marcando o debate entre agricultores e o sindicato dos trabalhadores chamados bóias-frias. A morte de cortadores por exaustão e a falta de regulação nos contratos de trabalho, são os principais motivos de discórdias entre os dois lados.

Para o presidente do sindicato não será possível o Brasil se tornar uma potência na produção de etanol se não investir na mão-de-obra, ou seja, na qualificação. “Quero ver qual país sério comprará etanol de um país que deixa trabalhadores morrerem de exaustão, que não cumpre um papel social, no mínimo, digno com os seus funcionários. Se continuar desse jeito, o projeto do etanol, estará fadado ao fracasso” desabafou José Wilson.

domingo, 20 de maio de 2007

Relatório afirma que mudanças climáticas vão afetar economia do mundo

O relatório intitulado “Fluxo humano: A verdadeira crise da migração” divulgado pela Ong especializada em estudos climáticos, Christian Aid, traz dados alarmantes sobre a migração humana, devido as mudanças do clima no planeta. Segundo o documento, o aquecimento pode gerar cerca de um bilhão de refugiados até 2050.

As alterações climáticas estão expulsando pessoas dos campos, safras inteiras estão sendo perdidas, onde a falta de água é o principal agravante. O documento afirma que “os países desenvolvidos são os maiores responsáveis pela poluição que altera o clima, por isso deveria arcar com a maior parte da ajuda aos pobres, que são os mais afetados” diz o instituto.
A preocupação tem razão de ser. No último relatório sobre o clima o Painel Intergovernamental sobre mudanças climáticas, o pesquisador John Davison, afirmou que a migração forçada é a “ameaça mais urgente a ser enfrentadas pelos países em desenvolvimento”. Segundo o estudo, as temperaturas devem subir ainda neste século, de 1,8 a 3 graus. O painel também prevê que, em 70 anos, mais de 3 bilhões de pessoas sofrerão os efeitos do clima.

Esses dados devem afetar significativamente a economia do mundo, onde empresas serão fechadas, sobretudo, as que usam matérias primas de origem vegetal e mineral, principalmente a água. O desemprego neste cenário será uma realidade. O caos social será irreparável.

O debate sobre o meio ambiente continua. A União Européia já afirmou que pretende reduzir, até 2020, cerca de 20% das emissões de carbono na atmosfera. Do outro lado, os Estados Unidos, que se recusaram a assinar o protocolo de Quioto, alegam não poder colocar as indústrias americanas em risco devido à desaceleração econômica. No entanto, o relatório mostra que a diminuição de lançamento de carbono de ser um compromisso de todos.

Reportagem do Fantástico sobre mudanças climáticas