domingo, 25 de março de 2007

Madeira limpa

O Brasil deixa de explorar grande parte dos recursos existentes na Amazônia. O país aproveita apenas 2.000 espécies de madeira que têm valor comercial. A afirmação é do climatologista Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Segundo Nobre, a Amazônia é uma oportunidade que devemos aproveitar, principalmente, quando o mundo está preocupado com o aquecimento global.
Mas, para o país tirar proveito desse momento, é necessário fazer um trabalho voltado para a região, no tocante a sustentabilidade da floresta- O melhor a fazer com a Amazônia não é isolá-la, mas estudá-la. Diz Carlos Nobre.
A tese de Nobre é a de que: qualquer manejo feito na floresta tem um lucro menor do que se a estudar-mos. Segundo o especialista a pecuária é um exemplo do que não deve ser feito na região.
- Em nome do lucro rápido a Amazônia tem sido desmatada de uma forma irracional do ponto de vista econômico. Espécie nativa vem sendo dizimada para a alimentação dos fornos das siderúrgicas- denuncia o cientista.
Para o especialista, o Brasil deve copiar modelos de outros países, utilizando melhor os recursos vegetais.
A Itália não planta uma árvore há anos, porém, lá, eles aprendem a tratar a madeira, até os menores pedaços, transformando em pequenos utensílios. Quem conhecia o açaí há algum tempo atrás? Esse exemplo é que devemos seguir - sentencia o técnico.
O Brasil conta com um centro de excelência de estudos da madeira em São Carlos, São Paulo, que tenta implantar a cultura da madeira e do desenvolvimento sustentável, de modo que as madeiras certificadas teriam valores maiores por terem sido extraídas de forma responsável e sem agredir a natureza.

Um comentário:

Thiago Kuerques disse...

Otimo texto. A floresta amazonica é a maior riqueza do mundo. O potencial está além dos citados. Muita coisa ainda se desconhece. Mas a preservação rápida é necessária. Abrir os olhos para a morte lenta dela já é um início.