domingo, 22 de abril de 2007

Pobreza diminui, mas distribuição de renda ainda é problema

O relatório divulgado pelo Banco Mundial (BIRD) mostra que a pobreza extrema no mundo está em queda. No período de 14 anos, mais de 265 milhões de pessoas saíram da miséria. Elas faziam parte do grupo que vivia com menos de dois dólares por dia. No entanto o estudo também demonstra que ainda existe um grande contigente de pessoas com os mesmos ganhos de 2004, somando um total de 985 milhões e mostrando que é necessário fazer muito mais, para erradicar a desigualdade no planeta.
Esse número de pessoas ajudou a engrossar o grupo de pobres que soma um total de 2,6 bilhões. Segundo o BIRD, os países em desenvolvimento vêm crescendo mais do que os desenvolvidos.
Ao informar as estatísticas, o economista-chefe do banco, François Bourguignon, disse, porém, que o fato dos números serem positivos não garante melhorias sustentáveis.
- O crescimento econômico é essencial para diminuir a pobreza, mas não é o único fator. É preciso considerar como a renda é distribuída. Saber se temas como saúde e educação estão evoluindo, é importante para a melhoria de vida das pessoas - explica Bourguignon.
Na América Latina houve uma redução de quatro pontos percentuais no índice de pobreza. Em 1990 atingia 26,2% e caiu para 22,2% em 2004. Contudo, quando o assunto é o Brasil, os índices não ficam tão claros: os mais recentes números são de 2003, e são comparados com o ano de 1998. Em 2003, houve uma diminuição geral da pobreza de 22% para 21,5%, entretanto, o dado mostra que o empobrecimento urbano subiu de 14,7% para 17,5%. Já no meio rural a pobreza recuou de 51,4% para 41%.
Segundo o economista-chefe do BIRD, o principal entrave à aceleração na diminuição da pobreza é a burocracia.
- Leva-se 77 dias, em média, para abrir uma empresa na América Latina. Na Europa o prazo é de pouco mais de três dias, e qualquer pessoa pode abrir um negócio - critica Bourguignon.

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